Atualidades

Muito se tem falado sobre o significado do numero 666 e muitas teorias foram lançadas ao logo do tempo. Há pensamentos onde se encontra uma certa lógica, uma certa concordância com os conceitos bíblicos , porem temos que salientar que tudo pode ser extremamente contradizente se o método de interpretação for diferente daquele que nosso Pai Celestial determinou para que os símbolos bíblicos fossem decifrados. Com este pensamento, posso afirmar que se vaguearmos entre os métodos, a mesma citação bíblica pode ter mais de uma interpretação o que leva a uma confusão espiritual que é proposital. Digo proposital porque o nosso inimigo é que produz esta confusão para ofuscar a verdade.

número da besta, conforme o versículo, ou a marca da besta como é mais conhecida, é um sinal que identificará aqueles que se submeterem a subjugação, expressa pelo termo “na mão direita” imposta pela segunda besta do apocalipse 13 em honra à primeira besta descrita no mesmo capítulo e também naqueles que acreditam e defendem o preceito, como esta expresso no termo  “ou na testa” . Em outras palavras, a marca da besta irá atingir todas as classes sociais e haverá aqueles que acreditam ser o correto e aqueles que por uma cadeia de circunstancias irão aceitar a subjugação.

Há uma importância inerente em termos bem definido o significado e o conhecimento claro do que é esta marca , pois vemos mais de uma advertência bíblica sobre aqueles que a aceitarem e podemos ler isto nos versículos:

“E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. Apocalipse 14:9-10″

“E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. Apocalipse 19:19-20″

Portanto é uma questão de salvação eterna termos conhecimento do significado da marca para podermos evita-la.

Estudando o numero para saber seu significado

Na língua grega, a frase esta da seguinte forma:  χξϛ´ (666 em forma numérica grega) ou algumas vezes aparece já por extenso: ἑξακόσιοι ἑξήκοντα ἕξ  “seiscentos e sessenta e seis”, dependendo da versão da bíblia.

No  Codex Alexandrinus, que é um manuscrito da Bíblia em grego koiné do século V e que contém a maior parte da Septuaginta e o Novo Testamento, considerado como um dos quatro grandes códices unciais,  juntamente com o Codex Sinaiticus e o Vaticanus. É um dos mais antigos e mais completos manuscritos da Bíblia do Novo testamento, e nele o verso esta assim: “Ὧδε ἡ σοφία ἐστίν• ὁ ἔχων νοῦν ψηφισάτω τὸν ἀριθμὸν τοῦ θηρίου, ἀριθμὸς γὰρ ἀνθρώπου ἐστίν• καὶ ὁ ἀριθμὸς αὐτοῦ ἑξακόσιοι ἑξήκοντα ἕξι.  Traduzido: Hōde hē sophia estin; ho echōn noun psēphisatō ton arithmon tou thēriou, arithmos gar anthrōpou estin; kai ho arithmos autou hexakosioi hexēkonta hex.

Já na  Vulgata, ou Bíblia latina, lemos: Hic sapientia est. Qui habet intellectum, computet numerum bestiae. Numerus enfim hominis est, et numerus eius est sescenti sexaginta sex.

Traduzindo do original  Grego para a língua portuguesa seria: E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, porque é número de homem; e seu número é seiscentos e sessenta e seis.

Origem

O número 6 e o “número de homem”

“Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, porque é número de homem; e seu número é seiscentos e sessenta e seis.” (Apocalipse 13:18)

O número chave que compõe a expressão “seiscentos e sessenta e seis” é o número 6 (seis), que aparece de forma tríplice na sua forma descritivamente numérica: 666. A primeira aparição bíblica que leva a citação ao número 6 esta no livro de Gênesis onde lemos no capítulo 1, no final do versículo 31, “e foi a tarde e a manhã: o dia sexto”. Vemos que a criação do homem claramente se deu no sexto dia e começamos a ter uma conexão mais definida, observando o texto.

“E disse também Deus: Produza a terra seres vivente, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e bestas-feras, segundo a sua espécie. E assim se foi. E fez Deus as bestas-feras, segundo a sua espécie, e os animais domésticos segundo a sua espécie, e todos os répteis da terra conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom. Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se rastejam pela terra… E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom; houve tarde e a manhã, o dia sexto” (Gênesis 1:24-26,31)

Algumas interpretações e suas implicações ao longo dos anos.

Ao longo do tempo o 666 foi atribuído à pessoas distintas, como por exemplo, Hitler o qual muitos apontavam como ser o Anticristo personificado, Ao imperador Nero que infligiu muita perseguição ao povo de Deus, ou mesmo agora mais recentemente, objetos como por exemplo o  Código de barras, o nome de uma empresa de cartão de crédito, o micro chip e, atualmente, o PIX  e a vacina.

Outro nome muito falado, que representaria o 666, foi o de Nero imperador Romano contemporâneo de João, a quem através de uma ginastica escriturística fundamentada não no método de interpretação bíblico, mas  no método dispensacionalista , fruto do erro provocado pelo inimigo e iniciado por Francisco Ribeira e popularizado por Darbin, no seculo XIX.

Na crença dispensacionalista, que coloca todas as interpretações bíblicas no literalismo, além de influencias de outras vertentes tais como o Futurista e Preterista,  o Anticristo é o imperador Nero e os acontecimentos proféticos viram  ocorrências reais e imediatas do cotidiano do povo que vivia no reinado deste imperador, sendo assim rejeitado todo o simbolismo bíblico e suas interpretações escatológicas.

Mas certamente a versão mais divulgada, e infelizmente por uma cadeia de falhas interpretativas, é a de que o numero estaria identificado na Mitra papal, já que nela supostamente tinha a inscrição em Latim “VICARIUS FILII DEI”  e que se somados os valores dos números representados nas letras teríamos o 666.

Creio ser útil analisarmos esta historia da mitra, porque infelizmente ela lançou uma cortina de fumaça na verdade, e embora a direção esteja certa, o caminho não foi o melhor. Pode parecer estranho, mas ao fim deste estudo veremos que há uma logica no que estou dizendo.

A interpretação que usa a somatória dos números em forma de letras ( Numeração Romana) tem um inicio com o escritor cristão Andreas Helwig que no ano de 1612 escreveu a obra “Antichristus Romanos,” onde apontava quinze títulos em  Latin, Grego e Hebraico,  que somando dariam o 666. Embora o foco não fosse a frase específica “VICARIUS FILII DEI” mas a incluía em sua identificação do Anticristo. A teoria de Helwig ficou muito conhecida e influenciou outros autores como por exemplo: Amzi Armstrong (1771-1827)6,  William Linn (1752-1808)7,  David Austin (1760-1831)8 e Robert Shimeall ,  aplicaram ao número 666 aos títulos Ludovicus (latim), Lateinos (grego), Romith (hebraico) e vicarius Filii Dei. Portanto o uso do argumento da frase na mitra já era estudada, mas aplicada com certa moderação entre os antigos protestantes.

Mas foi entre as obras de Uriah Smith que se encontrou uma atribuição direta entre a frase e o papado, já que Uriah entendia ser mais plausível pois havia uma identificação direta entre a frase que traduzida quer dizer “Substituto do Filho de Deus” e as ações da igreja católica e de seus papas que reivindicavam para si todos os atributos que deveriam ser dados a Deus.  Com esta interpretação, Uriah Smith impactou profundamente o adventismo, lembrando que ele era contemporâneo dos principais pensadores que mencionamos antes e isto também deve ter influenciado seus estudos e conclusões.

Outro teólogo profundamente influenciado pela teologia da mitra foi  John Nevins Andrews, teólogo, escritor, pastor, professor e primeiro missionário  Adventista do Sétimo Dia enviado à Europa que em sua reedição do livro The three angels of Revelation XIV, 6-12, publicada em 1877 usou mais abertamente as interpretações de Uriah Smith.

No Brasil esta teoria obteve eco entre vários evangelistas e entre eles se destacou  Aracely Mello e o evangelista Argentino Daniel Belvedere na sua série de estudos expos esta mesma interpretação.

W. W. Prescott, um dos pioneiros da segunda geração adventista teve um incidente que foi reportando da seguinte maneira: C. T. Everson visitou o Museu do Vaticano e tirou algumas fotografias de diversas tiaras papais, usadas ao longo dos séculos, porem não havia nenhuma inscrição nelas. Prescott foi autorizado a utilizar a imagem e mais tarde a Southern Publishing Association, quando estava preparando uma segunda versão dos escritos de Uriah Smith, utilizou a imagem que Prescott havia apresentado em seu artigo, mas solicitou a um artista para que inserisse a frase vicarius Filii Dei na montagem da foto. A Associação Geral proibiu o uso desta imagem e ordenou que a impressão fosse interrompida e que a imagem fosse somente utilizada na sua versão original, sem a escrita.

haviam pontos teológicos e históricos que acabavam inviabilizando esta teoria, e entre estes pontos encontramos um registro histórico. Não há qualquer comprovação de que a frase seja ou tenha sido utilizada na mitra, embora existam variantes semelhantes nos títulos católicos, mas nenhum com as palavras exatas que acabam somando o 666.

Outro  ponto que acabou inutilizando a teoria da Mitra foi  que o documento “Doação de Constantino” ao qual a igreja Católica por mais de 600 anos apontou como sendo original e que concedia a igreja a soberania e autoridade temporal, transferida a ela pelo Imperador Constantino supostamente no século 4Ad, Lorenzo Valla,  secretário do papa  Nicolau V, em 1440 fez uma dura repreensão sobre a autenticidade de tal documento que segundo seus estudos tratava-se de um documento forjado do século 9.  Outro ponto a se analisar é que a matemática dos números só se forma na escrita em Latim e fica difícil a interpretação de um texto em grego, apocalipse 13,  que deveria ter sua interpretação numa outra língua.

Entretanto, a teoria da Mitra já estava circulando nos meios adventistas e muitos evangelistas já a usavam rotineiramente. Porem apesar do método estar errado a direção para saber o que representa o 666 estava certo, mas foi desviado de seu curso natural ao se fixar na interpretação apenas num individuo ou num só poder que ele representa.

Todo este mundo estranho de interpretações só tem um objetivo, esconder dos seres humanos o real significado e a identificação dos poderes por trás deste numero, as suas ações e por fim as consequências sobre a humanidade.

Vamos recordar que o numero “é número de homem” e há aqui a multiplicação deste numero que vem nos representar uma tríplice união de poderes a serem utilizados pelo inimigo de Deus, satanás. Da mesma forma que temos a ação dos três anjos do apocalipse 14, dando uma mensagem ao mundo, temos uma trindade satânica se preparando para guerrear com os filhos de Deus e com o próprio Deus.

“E da boca do dragão, e da boca da Besta, e da boca do falso profeta vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs, porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo para os congregar para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-Poderoso” (Apocalipse 16:13-14)

666, é a representação de uma trindade satânica

A estrutura do 666 esta  revelada em forma de uma trindade: o dragão, a besta e o falso profeta. Visto que 6 é o número do homem, pois foi criado no sexto dia por Deus (Gênesis 2:26-31) ; o número “666” representa uma trindade humana contra pondo-se ao Deus eterno, onde Satanás se utiliza de homens para alcançar seus desígnios, e encontramos as três figuras de apocalipse 16 que se preparam para uma guerra contra Deus e seus filhos. Três espíritos imundos que são instituições humanas e quando as identificamos , fica mais claro.

Apocalipse 16 apresenta  “boca do dragão, e da boca da Besta, e da boca do falso profeta”  A besta é identificada na Bíblia de maneira muito clara como sendo a Igreja católica, A igreja papal. O falso profeta é relacionado com o protestantismo apostatado que acabou seguindo a besta, mesmo que veladamente, e se desviou de sua missão de alertar ao mundo sobre as obras de satanás através da igreja romana. O dragão é identificado na bíblia como sendo satanás e o movimento religioso que mais se assemelha a ele é o do espiritismo. Portanto temos aqui formada uma tríplice aliança onde o ser humano esta a serviço do inimigo de Deus.

É esta união de representantes humanos de satanás que porá em andamento o ataque aos filhos de Deus conforme escrito. Não um homem, uma pessoa em particular, mas uma aliança macabra. Agora se você percebeu a que eu estava me referindo quando eu falei que a direção estava correta, mas o método de interpretação usado por Uriah Smith e todos os outros que falamos aqui estavam errados e só serviram de distração teológica? Mas pela graça de Deus, mesmo apontando uma teoria que acabou sendo desmontada ao longo do tempo, muitas pessoas acabaram por buscarem uma compreensão sobre a marca e descobriram a mensagem sobre o selo de Deus e tenho certeza que elas se apaixonaram mais pela verdade e se entregaram ao caminho que leva a obediência pelo prazer, amor e dedicação. Neste 666 o lugar da besta, o papado e o poder que ele representa, é um dos números 6 desta trilogia, e não podemos tirar nossos olhos dos demais  membros desta aliança e orarmos para que escapemos das suas ações e de suas consequências.

 

 

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