Reis em Guerra O rei do norte e o rei do Sul parte 1

Atualidades

A profecia de Daniel contida em seu capitulo 11 é uma seqüência do capitulo 10 e desvenda uma parte da historia amplamente documentada. Para aqueles que desejam fortalecer a fé nas escrituras sagradas a compreensão destas mensagens e o fato de podermos ter a confirmação das profecias através dos livros de historia é algo impressionante. Podemos mais uma vez falar em alto e bom tom: A Bíblia tinha Razão!

Devo lembrar que as profecias de Daniel abrangem um período de 2500 anos e apesar de alguns acharem que ela é repetitiva, na verdade elas são progressivas. Note que Daniel serviu a dois impérios, O Babilônico e ao Medo Persa e em suas visões já durante o império Medo Persa, logicamente não se vê mais menção ao Babilônico. Portanto devemos levar em conta o momento em que o autor esta vivendo e o período em que projeta suas visões.

O capitulo 11 sempre foi um estudo que me aguçou a mente, mas que ficou no tempo em “espera” e ao estudá-lo pude compreender a grandiosa mensagem que ele nós dá. Quero salientar que este estudo tem como principio de interpretação o método Historicista por recapitulação, método que Deus nós orientou a usar e dá amplo suporte para compreendê-lo. Porque saliento isto?  Porque como podemos ver nos estudos anteriores, a mudança do método de interpretação das escrituras causou uma confusão teológica e tem colocado em risco a crença de milhões de pessoas. Para compreender melhor este assunto sugiro a leitura de nossa Série Interpretações.   

O começo da Visão:

Eu, pois, no primeiro ano de Dario, o medo, levantei-me para animá-lo e fortalecê-lo. E agora te declararei a verdade: Eis que ainda três reis estarão na Pérsia, e o quarto acumulará grandes riquezas, mais do que todos; e, tornando-se forte, por suas riquezas, suscitará a todos contra o reino da Grécia. Daniel 11:1,2

Dario, o medo, era tio de Ciro que derrotou Babilônia em 539 ac  é  também  historicamente como  Ciáxares II, mencionado   Ciropédia de Xenofonte como o sucessor de Astíages; ele era tio de Ciro, o Grande  e casou sua filha com Ciro. Por não ter filhos homens, ele entregou a Média para Ciro, e teria recebido a Babilônia como satrapia, aos sessenta e dois anos de idade.No reinado de Dario, o medo foi que ocorreu o encarceramento de Daniel na cova dos leões. Outro Dario, o Primeiro, viveu no tempo da reconstrução do templo.

Nesta passagem vemos Daniel recebendo a visão de que viriam mais três reis, e quando é citado que o “Quarto seria acumulado de riquezas” é por que Deus esta contando na visão a partir do reinado de Dario o Medo.

Podemos identificar os reis citados na profecia pela ampla documentação histórica encontrada nas tabuas de barro com escritas sumérias que remontam milhares de anos e contam a historia da antiga Mesopotâmia. Uma das descobertas arqueológicas mais impressionantes foi a da cidade de Mari, onde podemos encontrar citações sobre lugares bíblicos como Padan-Haran , nomes como o de Faleg e Sarug, Nacor e Terah e Harã, alem do nome “Benjamitas” nos relatórios dos postos de vigia da cidade. Mais de 23 mil tabuinhas de argila formam um impressionante relato que confirma a palavra de Deus.

Nos numerosos recintos dessa construção, foram encontrados pinturas murais com cenas religiosas, estátuas e um extenso arquivo, composto por mais de 20 mil tabuinhas de argila que contêm informação relevante sobre o comércio e as transformações durante a época dos patriarcas.” Citação do Livro A Bíblia Tinha Razão de Werner Keller – Editora Folio – 2008

Entendendo a visão de Daniel 11

 

Precisamos entender que toda esta narrativa tem seu inicio no capitulo 10 e o 11º é o complemento e para termos a compreensão correta, voltemos ao inicio da visão: “No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome era Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito; e ele entendeu esta palavra, e tinha entendimento da visão. Daniel 10:1

 

Daniel ficou tão impressionado que não comeu alimento “desejável” e ficou triste por três semanas até que no dia vinte e quatro do primeiro mês eu(Daniel) estava à borda do grande rio Hidequel; E levantei os meus olhos, e olhei, e eis um homem vestido de linho, e os seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz;” Daniel 10:4,5. O anjo aqui é Gabriel e informa a Daniel que Dario ( o Medo)  recebeu a sua visita para o “Animar e  fortalecer”( Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 4, p. 951) Portanto quando lemos “Eu” no primeiro versículo do capitulo 11, esta se referindo ao Anjo Gabriel. É ele que faz o relato e levando em conta que a visão foi dada a Daniel no terceiro ano de Ciro, porque ela é uma continuação do capitulo 10:21,  a referência é, sem dúvida,  aos três reis que sucederam Ciro no trono da Pérsia e que pela historia são : Cambises (530- 522 a.C), o falso Esmérdis (Gaumata, cujo nome babilônico era Bardiya; ver vol. 3, p. 376, 377), um usurpador (522 a.C), e Dario I (522-486 a.C). CBASD, vol. 4, p. 951.

Dario I, o grande, foi o terceiro rei do império Aquemênida, e assumiu ao trono após derrubar o usurpador Galmata que se fez passar por Esmerdis. Este era o nome grego de um dos príncipes da Pérsia da dinastia aquemênida cujo nome original persa era Bardiya   As fontes persas e clássicas sobre Bardiya-Esmerdis informam que ele era filho do rei Ciro II, o Grande, e irmão mais novo do rei Cambises II.  Cambises II, antes de sair em campanha contra o Egito , ordenou que secretamente matassem seu irmão Esmerdis, temendo que ele pudesse tentar uma rebelião durante sua ausência,  assim, na primavera do ano 523 a. C. um usurpador chamado Gaumata , fingindo ser Esmerdis, proclamou-se rei da Pérsia Devido ao governo despótico de Cambises e sua longa permanência no Egito, todo o povo (persas, medos e o resto das nações do império) reconheceram o usurpador, especialmente  quando ele autorizou a redução de impostos por três anos ( Heródoto , III. 68)

O império de Dario I, o Grande, era imenso dominando boa parte da Ásia Ocidental, o Cáucaso, Ásia Central, partes dos Bálcãs, as regiões do norte e nordeste da África, incluindo o Egito (Mudrâya), o leste da Líbia, o litoral do Sudão e a Eritreia, bem como a maior parte do Paquistão, as ilhas do mar Egeu e o norte da Grécia, a Trácia e a Macedônia.

Porem ainda havia uma região da Grécia onde o império de Dario não havia conquistado e em 490ª.c Dario I, o grande, entra em guerra contra os Gregos, mas foi derrotado na batalha de MARATONA sendo que voltando a sua pátria fez planos para um outro avanço, porem faleceu quatro anos depois sendo sucedido por Xerxes I, o quarto rei citado da passagem de Daniel 11 “e o quarto acumulará grandes riquezas, mais do que todos; e, tornando-se forte, por suas riquezas, suscitará a todos contra o reino da Grécia. Daniel 11:2

Quem foi Xerxes I? Xerxes era filho de Dario I e Atossa, filha de Ciro II, que se casaram após Dario ter se tornado rei dos reis (título que se dava ao xá). Apesar de Ariamenes ser o primogênito de Dario, foi Xerxes quem o sucedeu dado que era neto de Ciro II. Outro irmão foi o sátrapa Aquemenes, filho de Dario e de Atossa. Xerxes foi casado com Vasti e, em seguida, com Ester, de origem judaica.

A historia nos relata que Xerxes I arregimentou um  grande exercito com soldados vindo de todas as áreas de seu reino. Mais de quarenta           nações que foram dominadas pelos Persas enviaram tropas para compor este exercito que contava com representantes de países longínquos tais como: Índia, Armênia, Arábia, Etiópia, Líbia…   

Nas grandes batalhas registradas na historia, vimos a derrota dos Gregos em Termópilas em agosto de 480 a.c , depois a derrota da esquadra Persa por Temístocles em setembro de 480 a.c na batalha de Salamina  e finalmente a derrota total em 479 a.c nas batalhas de Plateias e Micala. Xerxes I nunca chegou a se recuperar dessa derrota e em seguida abandonou as ambições militares. Mais tarde morreria assassinado por seu ministro Artabano, em 465 a.C . . Artabano e seu eunuco, Aspamitres convenceram a Artaxerxes I, sucessor de Xerxes, de que seu irmão Dario havia assassinado o próprio pai e mesmo negando foi morto no palácio real.

Posteriormente, em 331 a.c  Dario III travou uma batalha com um novo rei Macedônio que unificou os reinos gregos , em Galgamela e seu exercito de mais de duzentos mil homens foi derrotado pelos quarenta e sete mil do inimigo.

Dario III fugiu e foi morto e termina assim um período na Historia de domínio dos Medos Persas, representados nas profecias de Daniel pelo peito de prata, no capitulo 2 e por um urso com três costelas na boca no capitulo 7.

A visão relatada pelo anjo Gabriel continua e agora ele cita os acontecimentos que ocorreriam agora na historia de outro rei: Depois se levantará um rei valente, que reinará com grande domínio, e fará o que lhe aprouver. Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem tampouco segundo o seu domínio com que reinou, porque o seu reino será arrancado, e passará a outros que não eles. Daniel 11:3,4

Este rei poderoso foi Alexandre magno, ou “O grande”, que assumiu o trono com vinte anos, sucedendo a seu pai Felipe II. Passou grande parte de sua vida em campanhas militares e com trinta anos já havia conquistado um dos maiores impérios do mundo. Alexandre foi orientado pelo filósofo Aristóteles até aos 16 anos e era hábil estrategista o que lhe valeu várias vitorias nos campos de batalha ficando invicto até a sua morte. Fundou mais de vinte cidades como, por exemplo, Alexandria no Egito. Seu reino se estendia da Grécia até Egito e ao noroeste da Índia.

Morreu no auge de seu reino no ano de 323 a.c  com 33 anos no antigo palácio do rei Nabucodonosor II , algunshistoriadores apontam que sua morte foi em decorrência de uma ingestão enorme de bebida, mas outros apontam o envenenamento como motivo, movido por uma disputa pelo poder.

È impressionante a exatidão das palavras proféticas e aqui vemos uma frase: “mas não para a sua posteridade” Realmente após a morte de Alexandre uma série de guerras civis explodiu pelo seu reino e sua esposa, Roxana, que estava apenas grávida no período da sua morte, após o nascimento da criança o batizou com o nome de Alexandre IV, e com o meio irmão de Alexandre, Filipe Arrideu, reinaram por pouco tempo.

O meio irmão de Alexandre, Felipe III, Arrideu,  e sua esposa Euridice foram assassinados por Olímpia, mãe de Alexandre, em 317 a.c Reinou apenas por sete anos e mais tarde em  311 ou 312 ac, Roxana, sua sogra Olímpia, e seu filho Alexandre,  foram assassinados por Cassandro, um dos generais que assumiria uma parte do reino, conforme a profecia: “porque o seu reino será arrancado, e passará a outros que não eles.” Daniel 11:3,4

O filho ilegítimo de Alexandre, Héracles, procurou governar em nome de seu pai, mas foi assassinado em 309 a.c. Quando Alexandre se casou com Barsina, filha de Artabazo II ele arrumou o casamento de vários de seus oficiais com mulheres persas.

Deste casamento nasceu  Héracles, e quando completou dezessete anos, Poliperconte , um general macedônico que serviu a Filipe II da Macedónia e Alexandre, o chamou,[2] supostamente para colocá-lo como rei dos macedónios.

Cassandro temeu que os macedónios desertassem para servir a Héracles. E então enviou uma embaixada a Poliperconte, em que propôs que este assassinasse Héracles em troca de um suborne e após o assassinato, entregou a Poliperconte 4.000 soldados macedónios de infantaria e 500 cavaleiros da Tessália  e assim terminou o reinado e a linhagem de Alexandre, sem que seu sucessor fosse da sua família.

Como representado em Daniel 7, o Leopardo com quatro cabeças e quatro asas, a bíblia aqui se mostra exata em suas predições e o reinado de Alexandre passou a ser dominado por seus mais proeminentes generais: Cassandro, Lisímaco, Ptolomeu I e Seleuco I

O império se envolveu em diversas guerras internas, sendo as mais conhecidas  as Guerra dos Diádocos e Lisimaco e Cassandro logo foram derrotados e o império agora era dividido pelas dinastias conhecidas  como Rei do Norte e Rei do Sul.

Agora a profecia começa a narrativa sobre os dois reis, o do norte e do sul e vemos: “E será forte o rei do sul; mas um dos seus príncipes será mais forte do que ele, e reinará poderosamente; seu domínio será grande. Mas, ao fim de alguns anos, eles se aliarão; e a filha do rei do sul virá ao rei do norte para fazer um tratado; mas ela não reterá a força do seu braço; nem ele persistirá, nem o seu braço, porque ela será entregue, e os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a fortalecia naqueles tempos. Daniel 11:5,6

UM GRANDE REINO É DIVIDIDO EM QUATRO

8. Que “rei poderoso” se pôs de pé e como passou a “dominar com domínio extenso”?

“Um rei poderoso se há de pôr de pé, e ele há de dominar com domínio extenso e fazer segundo o seu bel-prazer”, disse o anjo. (Daniel 11:3) Alexandre, de 20 anos de idade, ‘pôs-se de pé’ como rei da Macedônia em 336 AEC. Ele se tornou “um rei poderoso” — Alexandre, o Grande. Impelido por um plano de seu pai, Filipe II, apoderou-se das províncias persas no Oriente Médio. Cruzando os rios Eufrates e Tigre, seus 47 mil homens dispersaram a tropa de 250 mil soldados de Dario III, em Gaugamela. Subsequentemente, Dario fugiu e foi assassinado, o que acabou com a dinastia persa. A Grécia tornou-se então a potência mundial e Alexandre ‘governou com domínio extenso e fez segundo o seu bel-prazer’.

9, 10. Como se mostrou veraz a profecia de que o reino de Alexandre não passaria para a sua posteridade?

O domínio de Alexandre sobre o mundo seria curto, porque o anjo de Deus acrescentou: “Quando se tiver posto de pé, seu reino será destroçado e repartido para os quatro ventos dos céus, mas não para a sua posteridade e não segundo o seu domínio com que tinha dominado; porque seu reino será desarraigado, sim, para outros fora destes.” (Daniel 11:4) Alexandre não tinha nem 33 anos de idade quando uma repentina doença lhe tirou a vida em Babilônia, em 323 AEC.

10 O vasto império de Alexandre não passou para a “sua posteridade”. Seu irmão Filipe III Arrideu reinou menos de sete anos e foi assassinado às instâncias de Olímpia, mãe de Alexandre, em 317 AEC. O filho de Alexandre, Alexandre IV, governou até 311 AEC, quando foi morto por Cassandro, um dos generais de seu pai. O filho ilegítimo de Alexandre, Héracles, procurou governar em nome de seu pai, mas foi assassinado em 309 AEC. Assim acabou a linhagem de Alexandre, “seu domínio” deixando de ser da sua família.

11. Como foi o reino de Alexandre “repartido para os quatro ventos dos céus”?

11 Depois da morte de Alexandre, seu reino foi “repartido para os quatro ventos”. Os seus muitos generais brigaram entre si pela posse de território. O General Antígono I, cego de um olho, tentou controlar todo o império de Alexandre. Mas ele foi morto na batalha de Ipsos, na Frígia. Por volta do ano 301 AEC, quatro dos generais de Alexandre já dominavam o vasto território que seu comandante havia conquistado. Cassandro governava a Macedônia e a Grécia. Lisímaco passou a controlar a Ásia Menor e a Trácia. Seleuco I Nicátor apoderou-se da Mesopotâmia e da Síria. E Ptolomeu Lago tomou o Egito e a Palestina. Fiel à palavra profética, o grande império de Alexandre foi dividido em quatro reinos helenísticos.

SURGEM DOIS REIS RIVAIS

12, 13. (a) Como ficaram os quatro reinos helenísticos reduzidos a dois? (b) Que dinastia estabeleceu Seleuco na Síria?

12 Poucos anos depois de assumir o poder, Cassandro faleceu, e em 285 AEC Lisímaco apoderou-se da parte europeia do Império Grego. Em 281 AEC, Lisímaco foi morto em batalha diante de Seleuco I Nicátor, dando a esse o controle sobre a maior parte dos territórios asiáticos. Em 276 AEC, Antígono II Gônatas, neto de um dos generais de Alexandre, ascendeu ao trono da Macedônia. Com o tempo, a Macedônia tornou-se dependente de Roma e em 146 AEC acabou sendo uma província romana.

13 Destacavam-se então apenas dois dos quatro reinos helenísticos — um sob Seleuco I Nicátor e o outro sob Ptolomeu Lago. Seleuco estabeleceu a dinastia selêucida na Síria. Entre as cidades que ele fundou estava Antioquia — a nova capital síria — e o porto marítimo de Selêucia. O apóstolo Paulo, mais tarde, ensinou em Antioquia, onde os seguidores de Jesus pela primeira vez passaram a ser chamados de cristãos. (Atos 11:25, 26; 13:1-4) Seleuco foi assassinado em 281 AEC, mas a sua dinastia governou até 64 AEC, quando o general romano Cneu Pompeu fez da Síria uma província romana.

14. Quando se estabeleceu a dinastia ptolomaica no Egito?

14 Dos quatro reinos helenísticos, o que durou mais tempo foi o de Ptolomeu Lago, ou Ptolomeu I, que assumiu o título de rei em 305 AEC. A dinastia ptolomaica estabelecida por ele continuou a governar o Egito até cair diante de Roma em 30 AEC.

15. Que dois reis fortes emergiram dos quatro reinos helenísticos, e que luta começaram eles?

15 De modo que dos quatro reinos helenísticos emergiram dois reis fortes — Seleuco I Nicátor sobre a Síria e Ptolomeu I sobre o Egito. Com esses dois reis começou a longa luta entre “o rei do norte” e “o rei do sul”, descrita no capítulo 11 de Daniel. O anjo de Jeová não mencionou os nomes desses reis, porque a identidade e a nacionalidade desses dois reis mudariam no decorrer dos séculos. Omitindo pormenores desnecessários, o anjo só mencionou governantes e acontecimentos relacionados com o conflito.

COMEÇA O CONFLITO

16. (a) Ao norte e ao sul de quem estavam os dois reis? (b) Que reis assumiram no começo os papéis de “rei do norte” e “rei do sul”?

16 Escute! Ao descrever o começo desse conflito dramático, o anjo de Jeová diz: “O rei do sul se tornará forte, sim, um dos seus príncipes [i.e., de Alexandre]; e [o rei do norte] prevalecerá contra ele e certamente dominará com domínio extenso, maior do que o poder dominante dele.” (Daniel 11:5) As designações “rei do norte” e “rei do sul” referem-se a reis ao norte e ao sul do povo de Daniel, que então já estava livre do cativeiro babilônico e restabelecido na terra de Judá. O primeiro “rei do sul” foi Ptolomeu I do Egito. Um dos generais de Alexandre, que prevaleceu contra Ptolomeu I e que governou “com domínio extenso”, foi o rei sírio Seleuco I Nicátor. Ele assumiu o papel de “rei do norte”.

17. Sob o domínio de quem estava a terra de Judá no começo do conflito entre o rei do norte e o rei do sul?

17 No início do conflito, a terra de Judá estava sob o domínio do rei do sul. A partir de cerca de 320 AC, Ptolomeu I influenciou os judeus a irem ao Egito como colonos. Uma colônia judaica passou a florescer em Alexandria, onde Ptolomeu I fundou uma famosa biblioteca. Os judeus em Judá continuaram sob o controle do Egito ptolomaico, o rei do sul, até 198 AEC.

18, 19. No decorrer do tempo, como estabeleceram os dois reis rivais “um acordo equitativo”?

18 O anjo profetizou a respeito dos dois reis: “Ao fim de alguns anos aliar-se-ão um ao outro e a própria filha do rei do sul chegará ao rei do norte para estabelecer um acordo equitativo. Mas ela não reterá o poder do seu braço; e ele não ficará de pé, nem tampouco seu braço; e ela mesma será entregue, bem como os que a trouxeram e aquele que causou seu nascimento, e aquele que a tornou forte naqueles tempos.” (Daniel 11:6) Como aconteceu isso?

19 A profecia não faz referência ao filho e sucessor de Seleuco I Nicátor, Antíoco I, porque esse não travou uma guerra decisiva contra o rei do sul. Mas o seu sucessor, Antíoco II, travou uma longa guerra contra Ptolomeu II, filho de Ptolomeu I. Antíoco II e Ptolomeu II constituíam respectivamente o rei do norte e o rei do sul. Antíoco II era casado com Laódice, e eles tiveram um filho chamado Seleuco II, ao passo que Ptolomeu II teve uma filha chamada Berenice. Em 250 AEC, esses dois reis entraram num “acordo equitativo”. Para pagar o preço dessa aliança, Antíoco II divorciou-se da sua esposa Laódice e casou-se com Berenice, “a própria filha do rei do sul”. Com Berenice, ele teve um filho que se tornou herdeiro do trono sírio, em vez de os filhos de Laódice.

20. (a) Como é que o “braço” de Berenice não reteve poder? (b) Como foram entregues Berenice, “os que a trouxeram” e “aquele que a tornou forte”? (c) Quem se tornou o rei sírio depois de Antíoco II perder “seu braço”, ou poder?

20 O “braço”, ou poder de apoio, de Berenice era seu pai, Ptolomeu II. Quando este morreu em 246 AEC, ela ‘não reteve o poder do seu braço’ com seu marido. Antíoco II rejeitou-a, casou-se de novo com Laódice, e nomeou o filho deles seu sucessor. Conforme Laódice planejou, Berenice e seu filho foram assassinados. Pelo visto, os ajudantes que levaram Berenice do Egito para a Síria — “os que a trouxeram” — tiveram o mesmo fim. Laódice até mesmo envenenou Antíoco II, e assim o ‘braço dele’, ou poder, tampouco ‘ficou de pé’. Portanto, o pai de Berenice — “aquele que causou seu nascimento” — e seu marido sírio — aquele que temporariamente a tornou “forte” — morreram. Isso deixou Seleuco II, o filho de Laódice, como rei sírio. Como reagiria o próximo rei ptolomaico a tudo isso?

UM REI VINGA O ASSASSINATO DA SUA IRMÃ

21. (a) Quem era “alguém procedente do rebentão” das “raízes” de Berenice, e como ‘pôs-se ele de pé’? (b) Como é que Ptolomeu III ‘veio contra o baluarte do rei do norte’ e prevaleceu contra ele?

21 “Alguém procedente do rebentão das suas raízes há de pôr-se de pé na sua posição”, disse o anjo, “e ele chegará à força militar e virá contra o baluarte do rei do norte, e certamente agirá contra ele e prevalecerá”. (Daniel 11:7) “Alguém procedente do rebentão” dos pais de Berenice, ou das suas “raízes”, era seu irmão. Quando o pai dele faleceu, ele ‘pôs-se de pé’ como o rei do sul, o faraó egípcio Ptolomeu III. Ele partiu imediatamente para vingar o assassinato da sua irmã. Marchando contra o rei sírio Seleuco II, que Laódice havia usado para assassinar Berenice e o filho desta, ele foi contra “o baluarte do rei do norte”. Ptolomeu III tomou a parte fortificada de Antioquia e matou Laódice. Avançando para o leste através do domínio do rei do norte, saqueou Babilônia e marchou para a Índia.

22. O que foi que Ptolomeu III levou de volta ao Egito, e por que ‘se manteve alguns anos longe do rei do norte’?

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