Introdução:
O texto de hoje está em João 20:19, 24 a 29
Chegada, pois, a tarde, naquele dia, o primeiro da semana, e estando os discípulos reunidos com as portas cerradas por medo dos judeus, chegou Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco. Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Diziam-lhe, pois, ou outros discípulos: Vimos o Senhor. Ele, porém, lhes respondeu: Se eu não vir o sinal dos cravos nas mãos, e não meter a mão no seu lado, de maneira nenhuma crerei. Oito dias depois estavam os discípulos outra vez ali reunidos, e Tomé com eles. Chegou Jesus, estando às portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu! 29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste?
O verso 24 declara que, quando Jesus apareceu aos discípulos, Tomé havia dado uma saidinha. Alguns hoje também gostam de dar uma saidinha, por exemplo: do culto, da escola sabatina, dos cultos nos lares, durante a pregação…
Talvez façam isto para tomar um arzinho, bater um papinho, namorar um pouquinho.
Alguns dão uma saidinha porque não gostam do pregador ou porque o sermão esteja sendo muito fraco. Alguns dão uma saidinha sem ao menos se movimentar, pois tem o seu corpo presente mas sua mente esta ausente, esta perdido dentro da igreja vivendo uma religião fria ou morna, no automático vivendo uma vida de ir para igreja celebrar a missa de sétimo dia e não para festejar o sábado que Deus nos deu. Há um completo desinteresse no que esta sendo falado e ensinado e pouco importa se o que esta sendo pregado esta correto ou não, a pessoa em questão só esta ali cumprindo um horário, um ritual que ficou impregnado em seu ser a ponto de por um breve momento este compromisso ser tão forte que ela se vê culto após culto ali parada e estática.
Esta é uma das minhas grandes preocupações, conseguiremos reverter este quadro? Será que os sermões pregados tem sido poderosas vitaminas para o bem estar espiritual do povo de Deus ou tem sido um leite desnatado, sem proteína, sem conteúdo? Podemos atribuir cem por cento da culpa da mornidão espiritual às próprias pessoas?
Outro fato à se pensar: Será que este relaxamento doutrinário que diminuiu a quantidade de estudos bíblicos, base para milhares de conversões que ocorreram no passado, não esta originando uma multidão de pessoas que estão vindo mas não conhecendo cem por cento da razão de nossa fé e porque somos diferentes dos cidadãos de outra religiões ou mesmo da sociedade que vivemos? O que tenho como certo é que apenas alguns continuam com o ministério de dar estudos bíblicos de lar em lar, ou mesmo nas igrejas e o restante tem contado com o que se viu ou se vê na Tv, no que os outros fazem sem poder dizer que implementou uma experiência pessoal no sentido de ser um pregador da palavra nas suas varias formas de testemunhar.
Voltemos ao assunto em questão, Tomé deu uma saidinha e alguns, que pena, dão uma saidinha da Igreja e deixam a fé para nunca mais voltar.
Alguns deram uma saidinha da fé, mas graças a Deus já voltaram ou estão voltando, mas o que mais me alegra é saber que a maioria nunca deu uma saidinha da Igreja, podem até estarem no quadro que pintei anteriormente e perdidos, não na expressão da palavra, mas sem um rumo ou algo que as faça terem prazer de congregar. A boa noticia é que há uma grande multidão que está firme, caindo ou cambaleando não importa, mas conseguem receber alguns respingos da benção da convivência.
Tomé deu uma saidinha. Voltou logo, é verdade, mas foi o suficiente para perder a grande bênção da presença de Jesus, a primeira aparição aos discípulos após a cruz.
Quando Tomé voltou os outros discípulos falaram com ele sobre o que havia acontecido:
“Tomé, Jesus ressuscitou. Ele esteve aqui… Nós vimos o Senhor“.
Existem dois tipos de surdos, os surdos que realmente não ouvem e os que se fazem de surdos.
As vezes é mais fácil se comunicar com os surdos não podem ouvir. Os que se fazem de surdos não querem ouvir e portanto a comunicação é bem mais difícil. Este foi o caso de Tomé. Ele não era, mas se fez de surdo. Ora! Tomé estava diante de uma verdade que não aceitava contestação: “Jesus havia ressuscitado “É mas eu só acredito vendo e apalpando as suas chagas”
Tomé esqueceu que a fé é a certeza sem provas, ele esqueceu que nós somos julgados pelas obras, mas justificados pela fé. Ele esqueceu que pela fé nos apropriamos dos benefícios do sacrifício de Cristo. Tomé esqueceu que a fé nos habilita a ver além do presente, o grande porvir.
Ele esqueceu que a fé é a vitória que vence o mundo e que o justo pela sua fé viverá.
Os discípulos fizeram de tudo para convencê-lo, mas ele só sacudia a cabeça e dizia: “Não adianta… eu só acredito vendo e apalpando”.
Infelizmente Tomé estava mergulhado numa incredulidade, que dominava todo o seu ser… Um ceticismo que lhe enchia o coração.
No seu livro “Como responder a um cético”, Drummond e Baxter fazem uma interessante análise da maneira de ser dos céticos.
Então eles descobriram que o catalisador primário das dúvidas e questionamentos dos céticos está relacionado com uma significante experiência negativa.
Por exemplo:
Alguma coisa que deu errado.
Uma esperança frustrada.
Uma decepção.
Um sentimento de amargura e ódio.
Um amor rejeitado ou traído.
Uma dor de cotovelo.
Um orgulho ferido.
Um eu machucado.
Assim estava Tomé…
O seu ceticismo a sua incredulidade era em grande parte devido ao seu orgulho ferido, ao seu “eu” machucado.
Ele não podia entender porque Jesus não esperou até que ele voltasse, Por que foi isso acontecer logo com ele que tanto O amava? Por que se revelou a todos menos a ele? Orgulho ferido… Um eu machucado.
O ceticismo é portanto uma reação a uma dor pessoal. E para disfarçar essa dor pessoal, os céticos mergulham em cálculos frios e detalhados. Eles vão lá nos mínimos detalhes.
Que é cético?
É aquele que põe dúvida em tudo aquilo que não tem provas evidentes.
Se você é um cético, se você é um Tomé, descrente de tudo e de todos seria bom que você fizesse uma análise da origem do seu ceticismo.
Experimente fazer um levantamento e você vai descobrir que lá no fundo, no fundo o seu ceticismo também nasceu da experiência de um “Eu” machucado ou de alguma coisa que deu errado na sua vida… Esta é a verdade.
Os céticos voltam-se para dentro de si mesmos e ficam remoendo suas dúvidas. E você nem imagina como isto afeta a vida espiritual.
Para os céticos todas as coisas ficam reduzidas a nada:
Vejam por exemplo o verso 25: “Diziam-lhe, pois, ou outros discípulos: Vimos o Senhor. Ele, porém, lhes respondeu: Se eu não vir o sinal dos cravos nas mãos, e não meter a mão no seu lado, de maneira nenhuma crerei.”
Vivemos hoje num mundo onde o intangível, o que não se pode apalpar, se transforma rapidamente no insustentável. O ceticismo passou a ser hoje a estrela brilhante da inteligência.
Quanto mais cínica….
Quanto mais depravada…
Quanto mais incrédula se mostra a mente, maior poder intelectual é a ela creditado.
Assim está o mundo hoje.
Em Lucas 18:8 Jesus disse:. “ Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Contudo quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?”
O número dos descrentes, dos céticos, dos Tomés está aumentando no mundo, mas será que dentro da Igreja de Deus também?
Oito dias depois estando Tomé com os companheiros, Jesus apareceu novamente e olhando para Tomé, disse-lhe: Verso 27 “Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente.” João 20: 26 a 29
Vejam que coisa maravilhosa, como Jesus tratava as pessoas, como amava as criaturas.
Ele não esmagou a Tomé com censuras, nem entrou com ele em discussão, apenas demonstrou-lhe amor e consideração.
É verdade que no verso Jesus reprovou sua incredulidade, mas aceitou-lhe o reconhecimento.
E no verso 28 Tomé, de joelhos, fez uma das maiores confissões de fé em todos os tempos. “Senhor meu, e Deus meu”
De joelhos o coração de Tomé saiu da dor para a esperança, da dúvida para a certeza.
E mais tarde, lá na Índia, Tomé morreu pelo amigo que tanto o amou.
Se por alguma razão, algum sentimento contra alguém, alguma mágoa, algum acontecimento. Fizer com que nos tornemos incrédulos, descrentes de tudo e de todos, Lembremo-nos de Tomé. Com humildade e sinceridade prostremo-nos hoje mesmo diante do senhor e o Senhor acabará com o nosso ceticismo… Com as nossas dúvidas e fará crescer a nossa fé.
Amém.